Muitos analistas têm se perguntado sobre os efeitos das reações do Poder Judiciário —contra Queiroz, empresários, militantes, filhos etc.— às agressões de Bolsonaro.
Elas poderiam ter provocado uma mudança duradoura na natureza do seu governo. O governo manteria sua agenda neoliberal, sem seu complemento fascista de incitar a quebra da ordem democrática.
Já a maioria cética fundamenta seu pessimismo em questões “subjetivas”. A domesticação do presidente, segundo essa visão, seria transitória; mera pausa para reagrupar as velhas forças do obscurantismo e do autoritarismo que, em Bolsonaro, encontraram expressão política. Dessa forma, suas inclinações extremistas eventualmente se imporiam.
Se, contudo, tomarmos o ciclo longo como perspectiva, vamos perceber que, em uma economia semiperiférica como a nossa, as possibilidades de êxito da extrema direita estão vinculadas à questão nacional.
Em 1998, publiquei um trabalho em que afirmava: “a desarticulação d