Na última semana, a Agência Pública, em brilhante investigação jornalística, apontou uma rede de exploração sexual infantil e de aliciamento de mulheres que teria sido comandada pelo fundador das Casas Bahia, gigante do varejo, Samuel Klein.
Baseada em fartos depoimentos, vídeos e documentos em inquéritos que nunca prosperaram na Justiça patriarcal brasileira, a reportagem da equipe de jornalismo trouxe uma história de arrepiar.
Segundo a apuração, durante décadas os abusos ocorriam em casas no litoral paulista e fluminense, bem como na sede da empresa, em um quarto acostado no gabinete do empresário que, morto em 2014, era até então de reputação gloriosa, com direito a homenagens de pessoas de diferentes polos políticos, empresários, banqueiros e jornalistas. Bustos foram feitos, seu nome batizou rua, edifícios e instituto de trabalho social junto a crianças, uma triste ironia.
Samuel teria se aproveitado de seu poder econômico frente à vulnerabilidade financeir