No caminho entre a Casa Verde e a avenida Paulista, tudo é novidade. De conhecido mesmo, só o estádio do Pacaembu, tão bonito quanto se vê na televisão. “Queria vir num dia que o Flamengo jogasse aí, mas deve ser uma bagunça na hora de entrar e de sair”, diz, cortando o silêncio o atento passageiro no banco de trás.
Para ele, há sete anos, São Paulo se resume à marginal Tietê, poucas ruas do bairro da zona norte, a 25 de Março e, uma vez, o Terminal Grajaú.
Toda semana, se revezando com outro motorista, Cícero Martins de Oliveira, 38, roda 2.805 km em um ônibus entre Piripiri (PI), cidade de 63 mil habitantes, e a capital paulista. A viagem leva três dias, após os quais tem outros quatro para descansar antes de fazer o caminho contrário.
Cortar o Brasil, para ele, não é nada de outro mundo. Muito mais difícil é vencer os 7 km entre o bairro da zona norte, onde tem sua vida paulistana, e a avenida símbolo da cidade. “Não saio muito, nem como fora, porque �