Começa a chover e Sônia Maria Ferreira, 65, já fica alerta. “A qualquer momento pode acontecer. Não adianta, tem lugar que vai encher, sim”, diz ela, que vive há 36 anos em um bairro que, de tanta água, foi apelidado Jardim Pantanal, no Itaim Paulista, extremo leste de São Paulo.
Em sua pior enchente, a de 2009, sua casa ficou mais de dois meses alagada. “Estava cheia de peixe. Tinha um monte de cascudo aqui”, diz. Desde então “a situação melhorou, mas tem rua que ainda enche. Quem tem parente, pede para abrigar. Quem não tem, dá um jeito”, diz ela.
A chegada do período de chuvas acende o alerta para quem vive em áreas de risco de inundações ou deslizamentos. Apesar de exigido por lei há cinco anos, a cidade de São Paulo ainda não tem um plano de redução de riscos —inexistência que virou motivo para abertura de inquérito pelo Ministério Público de São Paulo.
O Plano Diretor Estratégico (2014) exige que a cidade tenha um Plano Municipal de Red