Mochilas amarradas às costas, pás e picaretas atravessadas sob o banco de couro sintético rasgado. Os pilotos arrancam em suas motocicletas e pegam a estrada levantando poeira no solo pedregoso do sertão.
O destino final é a zona rural de Santaluz, município de 38 mil habitantes do norte da Bahia, a 270 km de Salvador.
É lá que centenas de homens e mulheres se aglomeram e disputam cada palmo de terra em uma corrida árdua por um troféu incerto.
A corrida pelo ouro na Bahia começou em fevereiro deste ano, teve seu ápice em março e chega ao final de abril com jeitão de fim de feira. O ponto de partida foi uma pepita de 804 g encontrada por cinco garimpeiros sob as raízes de um mandacaru, típico de região.
A peça foi vendida por R$ 93 mil, e a notícia se espalhou na internet. Em poucas semanas, 2.000 pessoas já estavam trabalhando na área, cuja pesquisa e prospecção de ouro é de exclusividade da mineradora canadense Yamana Gold.
Os primeiros a chegar foram os caçadores