Um estudo realizado no Reino Unido, que avaliou a prevalência do desejo de morte antecipada no início do internamento em cuidados paliativos e quatro semanas depois, concluiu que o desejo de morte antecipada deixou de existir em mais de 1/3 dos doentes. Podemos continuar a dizer que a discussão da eutanásia nada tem a ver com o acesso aos cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos são a dignificação da vida em vida porque qualquer fase da vida – da nascença até à morte – vale de igual forma. Segundo a revista científica Current Oncology, fatores como a dor, a dispneia, a desesperança ou a perceção de perda de dignidade aumentam a prevalência de desejo de morte antecipada; todos fatores controláveis. Compreende-se por isso que a Organização Mundial da Saúde defina os cuidados paliativos como parte dos Direitos Humanos atribuindo, a cada Estado, a responsabilidade do desenvolvimento de modelos de cuidados paliativos integrados nos sistemas nacionais de saúde. Num