Sou especialista em Medicina Interna e Medicina Intensiva e tive, na semana que passou, a oportunidade de assistir nos Cuidados Intensivos um doente crónico de trinta e poucos anos com uma doença neuromuscular degenerativa. Está há vários anos totalmente dependente da ajuda de terceiros para se deslocar, alimentar e em todos os cuidados de higiene. Está ainda dependente de suporte ventilatório não invasivo para respirar. Este doente tem um apoio diário incondicional da sua família, de associações não-governamentais dedicadas a este tipo de doentes e do sistema de saúde.
Apesar de toda a sua debilidade, ainda consegue, com o apoio da família e das associações, fazer natação. É acompanhado em consultas de especialidade no hospital onde tem o adequado apoio médico e de enfermagem. Todos os cuidados prestados tentam ir ao encontro do tratamento da doença, mas acima de tudo do suporte e conforto do doente. Independentemente do mau prognóstico, grau de dependência e me