Lama que contaminou o rio Paraopeba tira o sustento dos índios e impede rituais
Naó Xohã é o nome da aldeia fincada entre Brumadinho e São Joaquim de Bicas, na Grande BH, e significa “espírito guerreiro” na língua dos índios que estão no local. Vivendo há um ano e meio em terras mineiras, após sair do Sul da Bahia, os pataxós tentam encontrar forças para enfrentar um enorme desafio: sobreviver sem o bem mais precioso que tinham, o rio Paraopeba.
O curso d'água contaminado pelos rejeitos de minério, após o rompimento da barragem Córrego do Feijão, alimentava as famílias e servia como ponto de encontro para a realização de rituais. Sem o recurso hídrico, eles têm contado com doações para substituir as piabas e tilápias que eram pescadas.
“É uma tristeza profunda. Perdemos a liberdade de entrar e sair do rio. De repente, a gente chega na beira e só vê aquele ‘chocolate’ poluído, azedo”, diz o cacique Txonãg Pataxó, de 40 anos. Segundo ele, a vinda para Minas ocorreu justamente pela proximidade com o Paraopeba, algo com o que n�