Monocultivos de soja e milho avançam no RS junto
No seu aniversário de 45 anos, Mário Roni não tinha a menor expectativa de qualquer coisa parecida com festa. “Não vai ter nada”, resumiu. Naquele dia sombrio e gelado do final de junho, o almoço seria feijão e arroz “e umas pombinhas que um caçador me deu”. É a carne que, vez em quando, consegue.
Não era ruim considerando-se que todos na casa – além dele, a mulher Ana Paula, 40, e as filhas Renata, 20, e Ana Cláudia, 15 – sentariam à mesa e comeriam.
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Nem sempre é assim. E quando não é assim, o que acontece? “Eu me limito”, resumiu. Na verdade, ele não está sozinho nessa limitação. “Eu e a minha esposa só comemos depois das crianças”, como chama as filhas, uma adulta e a outra adolescente.
Café preto engrossado com farinha