Zizek: "Quem cala sobre Julian Assange, consente"
Há uma velha piada, da época da Primeira Guerra Mundial, sobre uma troca de telegramas entre o quartel-general do exército alemão e o austro-húngaro. De Berlim a Viena, a mensagem enviada é a seguinte: “A situação nesta parte do front é grave, mas não é catastrófica”. E a resposta de Viena é: “Aqui da nossa parte, a situação é catastrófica, mas não é grave.” Essa resposta parece oferecer um modelo de como tendemos a reagir às crises hoje, da pandemia de covid-19 aos incêndios florestais (não apenas) no oeste dos EUA e no Brasil: sim, sabemos que há uma catástrofe iminente, a mídia nos avisa disso o tempo todo, mas de alguma forma não estamos dispostos a levar a situação verdadeiramente tão a sério…
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Um caso semelhante vem se arrastando por anos: o destino de Julian Assange. Trata-se de uma catástrofe jurídica e moral. Basta lembrar de como ele é tratado na prisão: proibido