'Governo não cuidou, e agora temos que manter legado', diz neto de último indígena Juma morto por covid-19
- Juliana Gragnani - @julianagragnani
- Da BBC News Brasil em Londres
Quando Aruká voltou para sua terra, em 2008, entoou um choro ritual. Era a saudade dos seus mortos — um povo inteiro massacrado sucessivas vezes por invasores do território no sudeste do Amazonas.
O lamento, agora, é pela morte de Aruká. O guerreiro indígena tinha entre entre 86 e 90 anos e era o último homem Juma. Ele morreu nesta quarta-feira (17) vítima da covid-19, doença dos não indígenas que foi levada a sua terra. Deixou três filhas, netos e bisnetos.
As três filhas de Aruká casaram-se com homens do povo Uru-eu-wau-wau, uma vez que a população do povo Juma era pequena demais, resultado dos massacres e doenças.
Isso significa que os descendentes de Aruká carregam no sangue as duas etnias, mas, segundo o sistema patrilinear, são Uru-eu-wau-wa
Como fazer
Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.
(Salmos 34:19)
Bíblia Online