os blocos que pulam e fazem política – Sociedade – CartaCapital
“Eu quero é botar meu bloco na rua. Gingar, pra dar e vender.” Quando Sérgio Sampaio compôs essa música, em 1976, com alto teor político embutido, não imaginou que quarenta e três anos depois o Carnaval se tornaria, ele mesmo, um ato político.
Essa transformação da festa popular não surgiu agora. O Carnaval de rua vem ganhando força – não necessariamente política – nos últimos anos, principalmente nas grandes capitais. Em São Paulo, por exemplo, o aumento foi de mais de 60% em relação ao ano passado. Maior crescimento comparado com outras cidades.
Essa alta ocorreu ao mesmo tempo em que o Brasil entrou em uma crise política. Passou da crise para o embate e do embate para um quase circo. Nada mais justo, então, que a festa mais famosa do País ganhasse um viés ideológico – que o presidente não nos ouça.
Transformar luta em festa é algo recorrente na nossa história. Quando analisamos a trajetória do samba, do jazz, do rap e do funk, por exemplo, vemos
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