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Quando o carro em que eu estava parou à margem da BR-463, no dia 26 de maio, em Dourados, Mato Grosso do Sul, Damiana Cavanha, líder indígena Guarani Kaiowá, ficou apreensiva. Disse à freira do CIMI, que a visitava: “olha lá, é fazendeiro”. Foram muitas as investidas de produtores rurais à aldeia Apyka’i, onde Damiana vive, hoje representada por ela, sua nora, uma neta e dois netos, que resistem, naquela beira de estrada, na esperança de retornarem para o seu tekoha (“lugar em que se é”, em guarani). Qualquer estranho, de início, é um suspeito.
A senhora de 80 anos vive numa casa de sapê com o neto Sandriel, de 13 anos, que adotou após o seu pai, filho dela, morrer atropelado na rodovia. Sem luz, é durante o dia que as tarefas são feitas. À noite, não há mais o silêncio da floresta. Segundo Damiana, o som dos carros em alt